RHs e equipes de saúde

RHs e equipes de saúde, quero ouvi-los, os números são alarmantes, é só “dar um google”: a saúde dos nossos trabalhadores é preocupante.

Cá entre nós, fico bem intrigada, pois é só conversarmos com pessoas de diversas empresas para ouvirmos relatos dos inúmeros programas desenvolvidos para melhorar a vida dos trabalhadores e mesmo assim os resultados são ruins e a relação das pessoas com o trabalho só piora. “Tem algo de errado que não está certo.”

Será que não chegou a hora das empresas começarem a fazer novas perguntas, a olhar a saúde por outro ângulo. Vamos lá, desapegue dos números, dos questionários de prateleira e aposte no qualitativo, vocês irão se surpreender.

Não sei se vocês concordam, mas percebo que o tema saúde do trabalhador é enxergado de forma enviesada por muitas empresas. Perceba que loucura, olham para o indivíduo e não olham para o coletivo; olham para o resultado individual e não olham o time; olham o adoecimento mental e não olham o impacto da organização do trabalho na saúde mental; investem em assistencialismos, mas não querem mexer na organização do trabalho. Uai, desse jeito não dá!

Vejo que centenas de empresas ainda mantém setores ensilados, ensimesmados, cuidando de seus próprios indicadores, desconectados do negócio. Se satisfazem em basear suas tomadas de decisão focadas em indicadores que só indicam, mas não explicam, que só apontam a consequência, só enxergam os sintomas. Socorro!!!!

E a verdade sobre a saúde do trabalhador está exatamente aonde os números não chegam, no intangível, no subjetivo, na relação das pessoas com o trabalho real, na vivência do sofrimento e do prazer.

Acredito que quando falamos de saúde no trabalho ou quando falamos da relação da saúde mental e trabalho, estamos falando de organização do trabalho, estamos falando de quais condições são dadas. É uma relação que felizmente não se resolve com a aplicação de questionários simplistas e muito menos através de pesquisa de clima.

Mas aí é que está a grande questão. O quanto as empresas estão dispostas a olhar para o seu “quartinho de lixo”? Aposto alto que se mexessem no modo operatório, nas regras / normas e ouvissem todas as pessoas, começariam a escrever uma outra história.

Precisamos começar um forte movimento para provocar as empresas a saírem do “lugar comum”. Do lugar que trata a relação da saúde mental e trabalho em uma perspectiva individual, onde a pergunta feita é: “como podemos fazer para pessoas estarem mais saudáveis para trabalhar? Ao invés de perguntarem “como podemos construir um contexto de trabalho numa perspectiva saudável para que as pessoas possam trabalhar?”.

Precisam sair do aspecto individual para o coletivo.

Essa é a minha vivência, você tem vivido algo diferente?

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