Cá entre nós… estudar o trabalho é muito mais complexo e exige um olhar muito diferenciado para compreendê-lo!! E cá entre nós novamente, não será com ações simplistas e mitigatórias que cuidaremos do nosso sistema e muito menos dos trabalhadores.
Verdade seja dita, o mundo do trabalho atual está a beira de um colapso e precisamos parar para refletir sobre o que construimos e como queremos seguir daqui para a frente. Mas… sem trazer métodos supersônicos, palavras estrangeiras, ferramentas complicadas. Precisamos de cabeças pensantes, precisamos unir forças, de pessoas corajosas para ajudar a dar uma guinada de 180 graus.
Precisamos nos desvencilhar de algumas questões históricas do mundo do trabalho, que vai sendo repetido, sem resultado e precisamos quebrar com alguns paradigmas.
Será que o modelo comando e controle, hierárquico, centrado no líder, segregado ainda funciona? Será que não podemos começar a nossa reflexão por aqui?
Será que continuar a cultura a figura milagrosa do líder irá desenvolver o sistema? (ou irá matar esses líderes?)
Será que continuar a fomentar a organização fortemente hierárquica, onde o que é valorizado é o cargo, a função que a pessoa exerce, irá desenvolver o sistema? (ou irá cada vez mais fortalecer o crachá e destruir as maestrias?)
Será que continuar a olhar para os sintomas, para as consequências, para as questões que estão na superficialidade organizacional irá desenvolver o sistema?
Será que correr atrás da das doenças, dos indicadores de absenteísmo garantirão a prevenção? ou irá nos deixar cada vez mais míopes quanto aos indutores dos problemas?
Será que manter a cultura dos métodos que buscam a individualização, a competitividade, a avaliação individual de performance, irá desenvolver o sistema? ou irá cada vez mais nos distanciar da solidariedade e da cooperação?
Bom, para conseguirmos viver e nos desenvolver em um mundo do trabalho complexo, não precisamos de métodos complicados, de ferramentas extraordinárias, precisamos parar para olhar o sistema que estamos vivendo, a empresa que estamos construindo e como isso tudo tá funcionando. Precisamos envolver o máximo possível de pessoas dando as suas opiniões, mostrando o seu ponto de vista e somente assim começaremos a questionar o status quo.
Precisamos reunir pessoas com vontade de questionar o modelo atual, de questionar velhos paradigmas, de conquistar bons patrocinadores para essa idéia genial, de preparar as organizações para a complexidade!!
Se não hoje, quando?
Por Lilian Assunção- CEO da Movas