Não podemos simplificar o trabalhar das pessoas

Posso chamar esses parágrafos de POST ou posso chamar de DESABAFO, mas ambos com uma música dramática de fundo…

Não podemos simplificar o trabalhar das pessoas, não podemos entender o trabalho somente pela postura corporal, pelo mobiliário que eles utilizam e pelo resultado entregue. Trabalhar é agir diante da condição imposta ou proposta. Postura corporal é consequência.

O mundo do trabalho vem passando por diversas transformações ao longo dos tempos, fato que não é novidade para ninguém. Passamos por revoluções industriais, globalização, revolução tecnológica, revolução da longevidade, diversidade, inteligência artificial, robótica e uma coisa é fato, essas transições não irão parar, pois enquanto surgirem necessidades vindas do mercado, essas transformações continuarão a acontecer. O mercado muda, as pessoas mudam e o design organizacional das empresas muda também.

O mundo do trabalho está tão acelerado, onde o tempo virou artigo de luxo. Tem sido exigido colaboração, inovação, mas na cartilha não ensina como, não dá tempo para aprender.

E diante disso, vemos uma Ergonomia (sem generalizações, por favor) sendo aplicada de forma superficial, morna (quase fria), simplificada, míope.

Fazer Ergonomia não é e não pode ser apenas analisar posto de trabalho, não é e não pode ser apenas analisar ferramenta, não é e não pode ser dizer o que o outro deve ou não fazer, não é e não pode ser dizer a postura “correta” para se manusear uma carga, não é e não pode ser sair procurando risco como se ali, no protagonismo da ação, não existissem pessoas que pensam e sentem.

Estudar o trabalhar das pessoas não é apenas analisar o fruto desse trabalho (aquilo que é visível, palpável), não é apenas analisar os gestos e a posturas adotadas pelos trabalhadores, não é apenas dizermos o jeito melhor para as pessoas fazerem isso ou aquilo e muito menos a postura que elas devem adotar.

Para fazer Ergonomia não basta ter um olhar superficial, restrito a modelos milagrosos e pré-formatados, com uso excessivo de ferramentas /check lists, baseada apenas na visão do especialista. Acreditamos que isso não agregará valor à empresa e gerará inúmeras frustrações para todos.

É preciso saber tornar o invisível visível. É preciso tirar a invisibilidade das pessoas. É preciso ter coragem para escutar. É preciso ter coragem de coconstruir. É preciso ter coragem de não ter resposta para tudo e construir junto.

Precisamos ser mais criteriosos ou mais criticos quando falamos de Ergonomia.

Até quanto treinamentos resolvem?

Até quanto orientação postural resolve?

Até quanto a raiz dos problemas estão sendo identificados?

Até quanto…?

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